Escrito por: Dr. Orlando Milhomem da Mota,
Vice-Presidente Regional – Centro-Oeste da ABCG
Estamos falando de pacientes com diagnóstico de Adenocarcinoma Gástrico ou gastroesofágico recorrente, localmente avançado ou metastático, cujos tumores expressam PD-L1. Considerando a natureza paliativa, aliando preferencialmente tratamento com potencial efetivo, perfil de toxicidade bem estabelecido e manejável e que agregue taxa de resposta global.
Assim, estudo KEYNOTE-059, fase II, avaliou o Anti PD1 (pembrolizumabe), princípio farmacêutico desenvolvido pela MSD, em dose endovenosa de 200 mg a cada 21 dias em 259 pacientes pré tratados com 2 ou mais linhas de tratamento quimioterápico. (JCO,2017)
Na Coorte 1, compreendendo pacientes com 1, 2 ou mais linhas de tratamento prévio, a expressão de PD-L1 foi de 57%, taxa de resposta objetiva de 16% e mediana de duração de resposta de 14.2 meses.
Em Coorte 2 apresentada na ESMO em 2017, a associação feita com quimioterapia chegou a surpreendente taxa de resposta de 69%.
O uso deste imunoterápico em Coorte 3 nos pacientes em primeira linha de tratamento e PD-L1 positivo, como agente isolado nos demonstrou 26% de taxa de resposta (Ann Oncol 28:v 616,2017).
Considerada como uma droga de destaque no grupo de imunoterapias, já aprovada em determinados tratamentos de câncer de pulmão, melanoma e carcinoma urotelial de bexiga, recentemente a ANVISA aprovou para pacientes tratados com duas ou mais linhas de quimioterapia, previamente expostos a platina e fluoropirimidina e terapia anti-HER2 em tumores com esta hiperexpressão.
Bem vinda ao nosso arsenal terapêutico, estreiando de forma ilustre a era da imunoterapia em tumores do aparelho digestivo.