A Pressurised Intraperitoneal Aerosol Chemotherapy (PIPAC) está entrando no contexto do tratamento do câncer gástrico como carácter paliativo em pacientes com metástases peritoneais como uma nova forma de entregar a quimioterapia no peritônio com carcinomatose.

O artigo do mês apresenta uma revisão sobre o método de publicações de 01 de janeiro de 2011 a 31 de janeiro de 2019, totalizando 106 artigos e 45 estudos clínicos no MEDLINE, Embase, Cochrane Database compreendo 1810 procedimentos em 838 pacientes. Este método demonstrou-se seguro com poucas complicações intra-operatórias (3% e estudos prospectivos)

Destes pacientes, 22% (185 pacientes) foram tratados por serem portadores de câncer gástrico com metástase peritoneal. A segurança, tolerância e viabilidade de PIPAC repetidas foram confirmadas por 4 estudos prospectivos e 16 estudos de coorte retrospectivos. As complicações cirúrgicas foram raras (3% com complicações intraoperatórias e 3% pós-operatórias) em estudos prospectivos. Considerando todos os estudos, efeitos adversos classificados como Clavien-Dindo >2 ocorreram em 12-15% dos procedimentos. A mortalidade observada em estudos retrospectivos foram 2,7%, enquanto estudos prospectivos não foi verificada mortalidade.

A resposta clinica para pacientes com câncer gástrico (como resgate ou tratamento “upfront”) foi entre 50 e 91%, com sobrevida média de 8,4 a 15,4 meses. Quatro estudos avaliaram a qualidade de vida, verificando melhora da mesma em 64% dos pacientes.

Em suma, a PIPAC pode ser considerada um método seguro e promissor de entrega intraperitoneal para pacientes com doença peritoneal avançada e refratária. Outras indicações como método profilático, neodajuvante ou adjuvante em combinação com tratamentos sistêmicos estão sendo estudados. Novos estudos devem estar disponíveis nos próximos 5 a 10 anos.

Fonte:

Alyami M, Hübner M, Grass F, Bakrin N, Villeneuve L, Laplace N, Passot G, Glehen O, Kepenekian V. Pressurised intraperitoneal aerosol chemotherapy: rationale, evidence, and potential indications. Lancet Oncol 2019; 20: e368–77

 

Gustavo Andreazza Laporte
Cirurgia Geral e Oncológica
Mestre e Doutor em Ciências da Saúde pela UFCSPA
Serviço de Cirurgia Geral e Serviço de Cirurgia Oncológica da Santa Casa de Porto Alegre 

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