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“Prevenir é sempre melhor que remediar”.

Esta frase faz parte da “sabedoria popular” tanto no Brasil como no exterior. No caso do câncer mais ainda. É no começo da transformação maligna que se tem as maiores chances de intervir e curar. São estes dois passos que, em última análise, poderão possibilitar sua cura com maior probabilidade. Evitar que a doença sequer ocorra chama-se prevenção primária. Mas o diagnóstico precoce também é prevenção, chama-se prevenção secundária.

No caso do câncer de estômago, a prevenção primária se faz mudando hábitos, e evitando a ingesta de determinadas substâncias, ou infecções do revestimento interno do estômago, e algumas gastrites (inflamações do estômago). Deve-se evitar alimentos contendo sal (cloreto de sódio), salitre, compostos N-nitrosos contidos, por exemplo, em alimentos embutidos (charcuterie), determinados queijos, pickles, defumados. Uso de temperos fortes (pimentas e afins), como a pimenta-caiena. Demora na ingesta do café-da-manhã. Uso de álcool ou tabaco, ou os dois combinados. Infecção da camada interna do estômago pela bactéria Helicobacter pylori (H. pylori) que, ao longo dos anos pode levar ao desenvolvimento do câncer, seja o mais comum denominado carcinoma (95% dos casos), seja o linfoma (5% dos casos).

A prevenção secundária se faz quando o médico do paciente solicita uma endoscopia digestiva alta (EDA) para pacientes sintomáticos (queimação, azia, dor na “boca do estômago”, náuseas frequentes, vômitos). Mas a própria EDA será mais ou menos eficiente na dependência do treinamento do médico que a realiza. Ou se a EDA for feita em pacientes sem queixas ou sintomas, na dependência de sua idade, antecedentes familiares de câncer do estômago, muitas vezes de forma hereditária ou familiar, ou outros canceres na família, por exemplo em campanhas públicas de rastreamento ou rastreio (termos sinônimos), ou screening (em inglês). Algo como buscar a existência de “um inimigo escondido” antes que ele cresça. Deve haver acesso fácil a este exame, no setor público ou privado.

Ambas as prevenções serão mais eficientes havendo uma campanha de conscientização e divulgação na mídia leiga, e entre os próprios médicos. Tal como iniciado de modo pioneiro no Brasil e no mundo pela ABCG desde 2017.

Procure seu médico. Acesse o site da ABCG e colha informações. É o primeiro passo para conquistarmos a vitória contra esta doença agressiva.

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Autor: Dr. Marcelo Mester
Cirurgião do Hospital das Clínicas - Faculdade Medicina USP, Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Hospital Santa Catarina, Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Sírio-Libanês.

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