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Os doentes que tiveram câncer de estômago precisam ser acompanhados após a cirurgia. A cirurgia é única opção de cura e, sem dúvida, um marco no tratamento dessa neoplasia. O doente e seus familiares sentem se aliviados com a remoção do tumor, mas fica a preocupação de uma recidiva ou metástase. Outros aspectos importantes dos doentes operados por câncer do estômago são:  o nutricional, decorrente principalmente e em alguns casos da perda total do estômago (gastrectomia total), mas não menos importante na gastrectomia parcial; e emocional por ser um sobrevivente de uma doença que tem o estigma de sofrimento e morte.

Em outros doentes, o câncer pode não desaparecer completamente. Esses doentes continuarão realizando tratamentos regulares com quimioterapia,  ou outros tratamentos, por exemplo, a radioterapia com o objetivo de evitar seu reaparecimento ou tentar manter a doença sob controle.

Pós-operatório

Após a alta hospitalar é recomendado que o doente retorne as consultas ambulatoriais inicialmente em 30 , 60, 90 e 180 dias. Nessas consultas, além da avaliação clínica criteriosa, alguns exames principalmente laboratoriais podem ser solicitados. Exames de imagem como a tomografia computadorizada, ressonância magnética ou o pet/ct poderão ser necessários. Nesse mesmo período é importante  avaliar o estado nutricional, a adaptação e progressão das dietas e a capacidade de ingestão de alimentos, sempre coordenados por nutrólogo e/ou nutricionista.

O período crítico do câncer recorrer é nos 2 primeiros anos após a cirurgia. Depois desse tempo a chance reduz. Portanto, como norma, nosso serviço propõe consultas semestrais nos primeiros 2 anos e posteriormente anual até completar 5 anos. A endoscopia digestiva alta com o objetivo de detectar uma recidiva ou o aparecimento de outro câncer gástrico só esta indicada quando a  foi feita uma retirada parcial do estômago.

Nutrição

Comer nem sempre é fácil para esses doentes principalmente que fizeram a gastrectomia total. A recuperação do peso e estado nutricional pode levar meses ou até anos. Alteração no paladar, perda do apetite, ansiedade entre outros fatores dificultam essa recuperação nutricional. Por vezes, acompanhamento psicológico e ou psiquiátrico do doente e seus cuidadores podem ajudar nesse processo. A alimentação fracionada e balanceada é recomendada e estimulada. Alguns doentes precisam utilizar  temporariamente uma sonda enteral para incrementar esse aporte nutricional.

American Cancer Society - 2020

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Autor: Prof. Dr. Laercio Gomes Lourenço
Ex-presidente da ABCG, ex-Chefe do grupo de Estomago da UNIFESP e ex Chefe de Cirurgia do Hospital do Rim da UNIFESP.

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